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Encontro Regional das Américas 2024 da ITGA discute conclusões da COP10 com foco no Brasil

Março 2024

O Encontro Regional das Américas 2024, organizado pela Associação Internacional de Produtores de Tabaco (ITGA), reuniu representantes dos países membros na segunda-feira, 18 de março, em Santa Cruz do Sul (RS). As repercussões da 10ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), realizada de 5 a 10 de fevereiro no Panamá, foram o tema da abertura do evento, liderado pelo presidente da ITGA, José Javier Aranda.

“Quero que concentremos nossa atenção na COP10. Durante a semana, os esforços envidados por países produtores de tabaco como Brasil, Panamá, El Salvador, Honduras, Colômbia e Nicarágua foram muito claros e demonstraram o alto nível de compromisso que foi assumido. Pude perceber até que ponto os representantes da cadeia de abastecimento estão empenhados em defender o setor, remando contra uma corrente discriminatória que os calunia e assedia há quase 20 anos. E o mais triste é que essa pressão antitabaco vem da posição oficial do governo brasileiro nas discussões que ocorreram nas diferentes COPs. O governo brasileiro demonstra absoluta indiferença a um setor que representa milhares de pessoas. Por isso peço ao governo que não ignore esta importante cadeia produtiva, considerando que o Brasil é um exemplo para o mundo em boas práticas sociais, ambientais e produtivas”, disse José Javier Aranda, presidente da ITGA, em seu discurso de abertura.

“Diante da falta de apoio e reconhecimento, precisamos nos unir ainda mais. Não existe setor isolado do tabaco e a união entre produtores e empresas é muito importante”, reforçou Marcílio Drescher, presidente da organização anfitriã do encontro, a Associação Brasileira dos Fumicultores (Afubra).

Helena Hermany, prefeita de Santa Cruz do Sul, participou da cerimônia de abertura e destacou que o discurso que chega a Brasília é diferente da realidade. “As ONG distorcem totalmente o que o tabaco significa para os produtores, os municípios e o ambiente”, disse ela. 

Ivan Genov, Analista de Mercado da ITGA, deu detalhes sobre o cenário global da cadeia produtiva, abordando as tendências do tabaco nos principais mercados. “Considerando o cenário de produção mundial, um dos destaques é que a Tanzânia pretende ultrapassar o Zimbabué para se tornar o maior produtor de África”, disse Genov. Ele também chamou a atenção para uma pequena redução na produção de cigarros, ao mesmo tempo em que há um aumento na demanda por NGPs e na discussão sobre o descarte desses dispositivos. 

“A importância da agricultura” foi o tema da apresentação do Economista-Chefe do Sistema FARSUL, Antônio da Luz. “Há cinquenta anos, tínhamos 67% das pessoas vivendo no campo e 33% na cidade. Desde 2010, a população urbana superou a população rural e a estimativa é que, até 2050, teremos 70% das pessoas vivendo nas cidades e apenas 30% produzindo alimentos no meio rural”, disse o economista, abrindo a discussão sobre o necessidade de tecnologia para aumentar a produtividade no campo, a fim de garantir a segurança alimentar e preservar o meio ambiente.

 

Perfil Socioeconômico

 Em sua palestra, o presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Fumo (SindiTabaco), Iro Schünke, apresentou aos participantes os principais números do segmento no Brasil e a pesquisa ‘Perfil Socioeconômico dos Fumicultores do Sul do Brasil’, realizada no segundo semestre de 2023 pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS).

O estudo revela que a renda familiar per capita média dos produtores de fumo da Região Sul do Brasil é de R$ 11.755,30, ficando a renda per capita em R$ 3.540,75, enquanto a renda per capita média brasileira é de R$ 1.625,00 (IBGE, 2022) . Outra informação fornecida é que, por exemplo, 80% dos fumicultores se enquadram nas classes sociais A e B, enquanto a média geral brasileira é inferior a 25%. O melhor padrão social dos fumicultores também é percebido na base da pirâmide, pois apenas 19,6% estão nos estratos C e D, situação que é a realidade de quase 76% da população brasileira.

Acesse a pesquisa completa 

COP 10

A parte final do encontro foi marcada por uma sessão dedicada às conclusões da COP10 com foco no Brasil. A CEO da ITGA, Mercedes Vázquez, mediou o debate, que contou com a participação da Alliance One International e do seu Diretor Global de Assuntos Corporativos, Michiel Reerink; o vice-presidente de Assuntos Externos da Universal Corporation, Benjamin Dessart; e participantes da delegação que foi ao Panamá para a COP10, mas não pôde comparecer. “Percebemos que o Brasil é quem lidera as abordagens mais radicais e essas iniciativas podem acabar impactando outros países produtores”, disse Vázquez, abrindo a discussão.

Tabaco No Brasil

Os números mostram a grande importância do tabaco no cenário agrícola sul-brasileiro. Desde 1993, o Brasil continua sendo o principal exportador mundial de tabaco. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC/ComexStat), o Brasil embarcou 512 mil toneladas de fumo em 2023, o que gerou divisas de US$ 2,729 bilhões. No total, 107 países compraram o produto, com destaque para a União Europeia com 42% do total embarcado, seguida pelo Extremo Oriente (31%), África/Oriente Médio (11%), América do Norte (8%) e América Latina. América (8%). Bélgica, China, Estados Unidos e Indonésia continuam a ser os principais importadores. A participação do tabaco nas exportações foi de 0,80% no Brasil, 4,51% no Sul e 11,19% no Rio Grande do Sul, o maior estado produtor.

 

Impacto Socioeconômico do tabaco no Brasil

Na Sessão Fechada para membros da ITGA foram partilhados dados de mercado dos diferentes países. Esses dados confirmam a alta demanda por tabaco com uma oferta que não tem conseguido atender a essa demanda em decorrência dos reveses climáticos, principalmente no Brasil. Também houve queda na produção nos países participantes desta edição do Encontro das Américas. Ainda há preocupação com o futuro próximo, dada a situação desequilibrada do mercado.  

A visita à Afubra ExpoAgro no dia 19 de março (terça-feira) encerrará a programação da ITGA para esta edição do Encontro Regional das Américas. 

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