Desde o início da pandemia global, a pressão sobre os produtores de tabaco intensificou-se seriamente. Os agricultores têm suportado um fardo adicional dado o facto de não poderem trabalhar a partir de casa e terem de estar nos campos para sustentar os principais pilares da indústria. Ao mesmo tempo, a viabilidade dos produtores está a diminuir consistentemente, com custos de produção disparados, preços estagnados e pressões regulamentares cada vez maiores.
Como resultado, as associações membros da ITGA apelam à protecção dos seus governos para sobreviverem. A ITGA insta as instituições internacionais a respeitarem os produtores de tabaco, que são uma parte legítima através dos seus representantes, e a incluí-los nos debates globais onde o seu futuro está a ser decidido.
Durante a Reunião Regional, um ponto-chave de discussão foi a CQCT da OMS e a COP10. Os produtores de tabaco chamam a atenção para a falta de transparência e representação do setor. Desde a COP4 em 2010, as reuniões não são realizadas em público, conforme indicado nas próprias regras de procedimento da CQCT da OMS.
A Sessão Aberta foi iniciada pelo Ministro da Produção e Desenvolvimento Sustentável, Dr. Martin de los Rios, enquanto o Presidente da ITGA, José J. Aranda, o Presidente da Câmara do Tabaco de Salta, Esteban Amat Lacroix e o Secretário Nacional da Agricultura, Pecuária e Pesca, Jorge Solmi, também se dirigiu aos delegados sublinhando a importância da cultura do tabaco na Argentina.
José J. Aranda destacou as medidas tomadas pelos produtores argentinos para garantir a subsistência dos agricultores locais. O Sr. Aranda sublinhou a multiplicidade de ameaças que o tabaco enfrenta, incluindo custos de produção e questões climáticas, e a estigmatização do sector que opera dentro de um mercado legal e cumpre todos os regulamentos que lhe são impostos. O sector está desapontado com a falta de progressos relativamente ao Artigo 17 da CQCT e à representação dos produtores de tabaco nas reuniões da COP.
Mercedes Vázquez, CEO da ITGA, reconheceu o espírito pioneiro dos produtores de tabaco argentinos e a sua contribuição substancial para as economias locais. Entre as medidas específicas do país que destacam a Argentina está o Fundo Especial do Tabaco, uma entidade única que tem permitido aos produtores de tabaco obter uma margem digna de sua produção.
Os produtores de tabaco exigem ser incluídos nas discussões e na evolução das políticas e proteção dos governos para promover medidas adequadas que possam afetar os meios de subsistência dos produtores. A ITGA também solicita à FCTC da OMS que realize uma implementação realista do Artigo 17 e se concentre nos países altamente dependentes do tabaco.
Durante a Sessão Aberta, o ambiente regulatório global foi examinado em detalhes por Michiel Reerink, Diretor de Assuntos Corporativos e Diretor Geral da Alliance One International, enquanto Benjamin Dessart, Vice-Presidente de Assuntos Externos da Universal Leaf, apresentou uma análise aprofundada das mais recentes iniciativas legislativas. na região das Américas.
O evento proporcionou uma visão abrangente do mercado global de tabaco sob diferentes perspectivas. Ivan Genov, Gerente de Análise da Indústria do Tabaco da ITGA, descreveu as principais ameaças e oportunidades para os produtores. Estas incluem os custos crescentes de produção, a incerteza política e económica, mas também o actual desequilíbrio entre a oferta e a procura de folha de tabaco e as perspectivas de produtores diligentes rumo ao futuro.
Durante a Sessão Fechada da Reunião, as associações membros da ITGA partilharam as últimas estimativas de colheita e discutiram as questões mais urgentes nos seus respectivos mercados. Foi dada especial atenção à situação no país anfitrião, a Argentina, onde a inflação descontrolada está a causar sérios obstáculos aos produtores. As associações argentinas também apresentaram uma série de iniciativas de sustentabilidade nas quais se concentraram para enfrentar questões sociais e ambientais. Por último, os representantes dos produtores das Américas concordaram que terão de trabalhar em estreita cooperação para enfrentar os desafios crescentes que o sector enfrenta.